08O Dia Internacional da Mulher é uma data celebrativa que foi oficializada pela Organização das Nações Unidas na década de 1970. Essa data simboliza a luta histórica das mulheres referente a sua representatividade de igualdade e direitos na sociedade.
É dia de reflexão e conscientização sobre a atuação da mulher no mundo com suas lutas e conquistas em prol da garantia e de igualdade de seus direitos, de sua dignidade e de representatividade enquanto responsabilidade social. Assim, o Dia Internacional da Mulher é muito mais que uma data comemorativa, possui um olhar transcendente de luta e legado, um sentido de vida e representatividade.
Com este novo olhar, voltado na Esperança, da força da mulher que gostaríamos de homenagear duas grandes mulheres que atuaram de formas distintas com seu exemplo e testemunho gerando vidas a partir da educação integral da pessoa no um mundo em constante transformações. Mulheres que fizeram história na liturgia de seu tempo e deixaram seu legado de coragem, perseverança, de Amor a educação, de solidariedade e o cuidado na promoção da dignidade da pessoa humana.
Maria de Lourdes Melo Moraes, Irmã Piedade, nasceu em Caeté/MG no dia 21 de abril de 1926. Filha do casal Júlio de Melo e Alice Hemétrio, primogênita de três irmãs, Maria Aparecida Melo, hoje Irmã Auxiliadora, Maria Auxiliadora Moraes Rios, e Maria Alice Melo.
Em 1933, a primogênita e suas irmãs vão para o internato da Companhia das Religiosas Missionárias de Nossa Senhora das Dores na cidade de Santa Bárbara em MG.
Não demorou muito e Lourdes com suas irmãs, foram para o Colégio Nossa Senhora das Dores, em Itabira. Em 13 de maio de1934, a mãe amada, Sra. Alice, faleceu, deixando em seus corações a marca da Saudade Eterna.
Em 08 de dezembro de 1941, concluiu o curso de Magistério com grande notoriedade em seus estudos aos 15 anos. No mesmo dia, 08 de dezembro, dia de Nossa Senhora da Imaculada Conceição, após receber o diploma de Professora, entra para o Convento como postulante, a fim de se preparar para a Vida Religiosa, na Congregação das Religiosas Missionárias de Nossa Senhora das Dores.
No dia 14 de fevereiro de 1934, Maria de Lourdes inicia o Noviciado e, como noviça, recebe o nome de Irmã Maria da Piedade.
Em sua vida de missionária, exerceu vários cargos: Professora, Secretária, Mestra de postulantes e noviças, Superiora de comunidade, Diretora dos colégios onde trabalhou e Conselheira da Congregação.
Trabalhou em todos os colégios da sua Congregação: no colégio São José em Ibiá/Minas Gerais; no colégio São José em Formosa/Goiás; no colégio Nossa Senhora das Dores em Itabira/Minas Gerais e no Instituto Nossa Senhora das Dores/Rio de Janeiro, onde se dedicou à causa da educação por mais de 50 anos.
Irmã Piedade, grande mestra e educadora nos ensina com seu testemunho que é preciso coragem e despojamento para atuar na promoção de uma educação integral a exemplo de Maria, mãe , mestra e grande educadora na fé. Mulher forte e de muita coragem deixou grande legado de vida de missionária e como Mestra na área da educação. Assumiu, com bravura o lema de sua Congregação, RMNSD, ” Coração de fogo e vontade de ferro”.
Nossa querida Ir. Piedade faleceu , O1 de março de 2015, no exercício de sua missão como grande Mestra e Educadora. Seu despojamento, compromisso com a Vida, sua missionariedade e amor à Congregação RMNSD foram marcas que ficaram gravadas por todos aqueles que a conheceram.
Deixou seu legado enquanto mulher corajosa, forte, a frente de seu tempo no exercício em prol da educação integral, e ao mesmo tempo com um coração sensível e repleto de Esperança diante da vida.
(Crédito: Tuca Vieira)
Nascida em Forquilhinha (SC), residia em Curitiba (PR), mãe de seis filhos e avó de dez netos, Dra. Zilda Arns Neumann foi médica pediatra e sanitarista, mulher leiga e de grande representatividade na vida da Igreja contribuindo com a justiça social e resgatando a dignidade do ser humano em vários aspectos na área da saúde.
Em 1983 criou a Pastoral da Criança juntamente com Dom Geraldo Majela Agnello, na época era Arcebispo de Londrina. No mesmo ano, deu início à experiência a partir de um projeto-piloto em Florestópolis (PR). De lá para cá, a Pastoral já ajudou mais de 3 milhões de crianças menores de seis anos e mais de 2 milhões de famílias pobres em 4060 municípios brasileiros. Neste período, quase 300 mil voluntários levaram solidariedade e conhecimento sobre saúde, nutrição, educação e cidadania para as comunidades mais pobres do país. É uma das mais importantes organizações do mundo a trabalhar em programas voltados ao desenvolvimento integral das crianças, desde o ventre materno até os seis anos de idade. As atividades acontecem no contexto familiar e comunitário, contribuindo para que suas famílias e comunidades realizem sua própria transformação, por meio de orientações básicas de saúde, nutrição, educação e cidadania, fundamentadas na mística cristã que une fé e vida.
Fundou, em 2004, a Pastoral da Pessoa Idosa, que atende mensalmente quase 140 mil pessoas idosas através de 17 mil líderes voluntários por todo o Brasil.
A Pastoral da Pessoa Idosa, Organismo vinculado à CNBB, tem por objetivo formar redes de solidariedade humana, fortalecendo o tecido social e contribuindo para melhorar a qualidade de vida das pessoas idosas na família, buscando a compreensão de todas as dimensões do envelhecimento (física, psicológica, social e espiritual), gerando uma cultura de cuidado do ser humano em sua plenitude.
Apontada, em 2006, como candidata ao prêmio Nobel da Paz, Dona Zilda recebeu diversos prêmios pelo seu trabalho na área social: Woodrow Wilson, da Woodrow Wilson Foundation, em 2007; o Opus Prize, da Opus Prize Foundation (EUA), pelo inovador programa de saúde pública que ajuda milhares de famílias carentes, em 2006; Heroína da Saúde Pública das Américas (OPAS/2002); 1º Prêmio Direitos Humanos (USP/2000); Personalidade Brasileira de Destaque no Trabalho em Prol da Saúde da Criança (Unicef/1988) e Prêmio Humanitário (Lions Club Internacional/1997), entre outros.
Conhecida por sua dedicação à saúde das pessoas mais vulneráveis, Zilda Arns personificava a solidariedade que habita em cada pessoa, renovando, assim, a esperança na humanidade.
Dona Zilda Arns encontrava-se em Porto Príncipe, capital do Haiti, em missão humanitária, para estabelecer a Pastoral da Criança no país. No dia 12 de janeiro de 2010, pouco depois de proferir uma palestra para cerca de 15 religiosos de Cuba, o país foi atingido por um violento terremoto. Dra. Zilda foi uma das vítimas da catástrofe em Porto Príncipe , no Haiti.
Seu legado deixou grandes ensinamentos. O maior deles, talvez, seja a maneira como disseminou a solidariedade. Ela tinha a consciência de que os problemas sociais se resolvem a partir da mobilização da própria sociedade.